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Era uma vez uma casinha no mercado


08/set/2023 | Anielle Casagrande |

Quando resolvemos sair do isolamento, após dois anos de pandemia, nosso bebê já tinha um ano e um mês. Estávamos morando num bairro novo após uma vida toda no centro, então começamos a desbravar os mercados disponíveis na região. Logo achamos um amplo, vazio e cheio de coisa bacana, que virou nosso favorito. Mas o principal motivo de irmos até lá na verdade era uma casinha de madeira que estava disponível para venda.

Até o fatídico dia em que a casinha foi vendida, íamos lá pelo menos uma vez por semana para nosso bebê brincar. Fizemos amizades e conhecemos vários outros bebês e seus pais. Alguns nem compravam naquele mercado, mas iam sempre lá para seus filhos brincarem, especialmente em dias de chuva ou frio. Não tinha como não gostar daquela casinha. Ela era linda, tinha até uma casinha de passarinho… pena que custava uma fortuna. Com certeza por isso demorou tanto para ela ser vendida e sumir de vez. Eu sempre me perguntava quem teria comprado aquela casinha cheia de marcas de uso por 3500 reais.

Enquanto eu fazia as compras, meu marido e o bebê brincavam sem parar. Eu me sentia tranquila fazendo compras em paz e sem pressa, sabendo que o bebê estava a poucos passos de distância brincando. Que ideia genial, vender brinquedos no mercado e deixá-los disponíveis para a população. Na verdade, tenho certeza que o dono do sam’s club nem pensou na alegria que a casinha ia proporcionar para as crianças e na paz para os clientes que estacionavam seus bebês lá… mas foi exatamente o que aconteceu.

Hoje estamos em outro bairro e os mercados próximos são outros, tradicionais. Nenhum tem casinha, nem brinquedo nenhum. Precisamos fazer as compras com criança chorando, correndo, pulando, escalando e se atirando no chão. Isso quando ele não tem uma crise daquelas, e largamos tudo pra trás e voltamos pra casa. Atualmente eu odeio ir ao mercado. 

Curiosamente, hoje fomos a um parque no bairro daquele mercado da casinha e lá estava ela. Reconheci cada pedacinho e cheguei a ficar emocionada. Meu bebê brincou nela por horas. Mas quando perguntei se ele lembrava dela, ele disse que não. Mas eu lembro, e como!


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