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Papel do pai


27/mar/2023 | Anielle Casagrande |

Acho muito curioso sempre que leio que a divisão dos cuidados com o bebê, pelos pais, deve ser 50% para cada. Basta uma olhada na maioria das famílias para ver que estamos muito longe disso. Pra começar, geralmente acaba caindo tudo nas costas da mãe. Porque ela amamenta, porque só ela tem licença maternidade, porque culturalmente é esperado isso dela. 

E tem mais. Geralmente os homens não se envolvem muito. Ou quando se envolvem é pouco: até por causa da dinâmica familiar, em que a mãe passa mais horas com a criança. Sem falar nas mães, como eu, que deixam de trabalhar para ficar com criança 24h. Também tem os homens que simplesmente não estão com vontade de cuidar de criança, por qualquer motivo que for. Geralmente é algo cultural: cuidar de criança é visto como coisa de mulher. Tem homem que nem trocar fralda troca.

Claro que tem homem que assume seu papel como pai. Parece ser uma minoria, mas tem sim. Quando estão disponíveis, brincam, marcam pediatra, levam para vacinar, saem para comprar sapato. Do jeito que anda a coisa, esses andam merecendo aplausos e tweets enaltecendo como participam dos cuidados com os filhos. Na minha opinião, tem sim que comemorar, porque é coisa rara. A maioria não sabe nem o telefone da pediatra ou o número do sapato do bebê. 

Mas não acho que a divisão de tarefas seja 50% para cada. Isso é só um jeito de falar. Na prática cada um assume a proporção que consegue, e varia a cada dia. Quando meu bebê nasceu, eu só consegui amamentar e mais nada por meses. Meu marido fazia TODO o resto. Agora eu passo o dia com ele e meu marido assume o banho e faz dormir a noite. A gente vai levando como dá dia após dia. Como é a participação do pai por aí?


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