Publicidade

Nasce uma mãe


16/ago/2023 | Anielle Casagrande |

Tive um pré-natal super cuidadoso porque era uma gravidez de alto risco. Tive já na primeira consulta o diagnóstico de diabetes gestacional, e logo depois veio a pressão alta. Fiz mais consultas e exames que o normal e tive também apoio de endocrinologista, nutricionista. Era uma equipe grande, e eu me senti muito acolhida o tempo todo. Havia muita gente preocupada comigo!

Logo que o bebê nasceu, veio o baque: dali em diante seríamos só eu e meu marido. Lembro do primeiro dia na maternidade, em que eu fiquei esperando o retorno da obstetra para tirar mil e uma dúvidas, mas ela só veio no dia seguinte. Depois, só vi ela após alguns dias e nunca mais. De repente não tinha mais ninguém interessado em como eu estava, e mesmo sabendo que isso é normal, me senti muito chateada e solitária. Quem cuida das mães?

Por meses passamos os dias fechados em casa, sozinhos, só nós três num apartamento. Além de ser pandemia (e termos passado 2 anos isolados no total), nós agora não tínhamos mais aquele monte de gente interessada no meu peso, ou na minha alimentação, ou no tamanho do bebê. Na gravidez era um saco e a dieta quase me deixou louca (tanto que perdi 7 kg), mas depois eu senti uma falta absurda de todos os cuidados e uma solidão maior ainda.

Na real não importa o tamanho da sua equipe. A saudades de ser cuidada como na gravidez pode te acompanhar no puerpério de qualquer forma. A saudade de ver o bebê no ultrassom, crescendo e se desenvolvendo. A saudade de ver que ele está no percentil 50 e o coraçãozinho está bem. A alegria de saber que ele está cefálico e pronto para o parto. Os elogios por ter controlado a diabetes só com dieta. A emoção de ver a barriga crescendo. 

Olha… Nada te prepara para a solidão de um puerpério. Até de controlar a diabetes 4x por dia e mostrar para os médicos meus resultados eu senti falta. Que loucura!


Publicidade
^