O que vem depois do desmame

Quando eu estava grávida, imaginei mil cenários em que a amamentação seria a protagonista. Estava preparada pra tudo, mesmo que aquilo me machucasse e me deixasse ansiosa muitas vezes. Desafio após desafio, fui seguindo em frente. Se me pedirem minha opinião, direi que seguir em frente custe o que custar não vale a pena e não recomendo. Mas assim foi a nossa história, e eu particularmente gosto muito dela, mesmo com seus altos e baixos.

Eu nunca planejei o desmame e sempre fui levando até onde desse. Não foi fácil, não se enganem, mas eu optei por ir levando mesmo assim. Alguma coisa no olhar do meu filho me dizia para insistir mais um pouco, e assim foi, mês após mês, ano após ano, maior parte deste tempo escondido, porque ele já estava “grande”. Com aspas, afinal quem pode dizer quando uma criança é oficialmente grande para mamar? Com certeza não as pessoas me julgando no shopping quando ele não tinha nem dois aninhos. E também nunca entendi qual seria o problema de uma criança “grande” mamar, mas enfim…

O tempo foi passando e assim, sem grandes planos e objetivos, o tal do desmame natural chegou. Assim, sem alarde, e bem de mansinho. Pra mim, que nunca planejei nada, foi uma bela surpresa. Num dia, ele dormiu sem mamar. Nos outros, ele parece até que havia esquecido que mamava. De repente, quase um mês depois, pediu pra mamar de novo e fiquei surpresa… mas já não tinha mais nada pra mamar. Achei que íamos chorar abraçados, mas que nada. Comemoramos o tempo que o mamá durou e bola pra frente.

O que vem depois do desmame? A possibilidade de tomar banho, dormir e, acolher uma criança pequena sem ele grudar no seu peito. Poder dormir com pijama normal, sem a janelinha do mamá, finalmente. Aposentar os sutiãs de amamentação. Doar todas as camisetas e vestidos com a tal da janelinha, com um misto de alegria, saudades e até uma dorzinha no coração. 

Não foi sempre fácil, mas foi maravilhoso!