O menino é um gênio!

Quando Nicolas nasceu, tínhamos uma piada que era assim: qualquer coisa que ele fizesse, a gente comentava que ele era um gênio. Qualquer coisa mesmo, das mais simples às mais incríveis. A gente brincava porque na verdade os pais sempre tendem a achar que seus filhos são incríveis, únicos, geniais. 

Na época nem pensávamos que eu e ele poderíamos ser autistas, então confesso que eu não sabia NADA (nada, nada, zero mesmo) sobre desenvolvimento, ou marcos, ou qualquer assunto relacionado. Nunca incentivei a rolar, ficar de bruços, nem sentar. Deixei tudo nas mãos (e sob o olhar atento) da pediatra. Talvez com meu diagnóstico, o começo de sua vida tivesse sido muito mais pesado para mim, com mil e uma preocupações com seu desenvolvimento. 

Sem saber de nada, nem que autismo é um transtorno de desenvolvimento que se apresenta desde a infância, deixei ele simplesmente ser bebê. Nunca percebi nada de estranho nele, até levá-lo à psiquiatra com 2 anos e 2 meses e ela listar que ele tinha todos os sinais de autismo, e a neuropediatra também. Ele segue sem diagnóstico, mas o maior stress da minha vida começou ali.

Curiosamente, além de descobrir que sou autista, também descobri que eu sou superdotada na avaliação neuropsicológica. Tirei nota máxima em lógica. Junto com isso, meu marido também ouviu de inúmeros profissionais que ele também é, mas segue sem “diagnóstico” formal. Seu superpoder está na comunicação, área em que tirei uma nota baixíssima (muito abaixo da média da população), enquanto ele parece ser ruim em lógica e matemática. De alguma forma, a gente se completa.

Sobre o Nicolas, ele ainda é apenas uma criança de 2 anos e 10 meses que faz coisas normais e coisas incríveis também. Amamos ver ele crescendo e se mostrando um menino criativo, curioso e muito ativo. Já se ele é realmente superdotado ou não, na verdade ainda não importa. Talvez ele seja sim e precise de várias adaptações no ensino fundamental, mas não estamos pensando nisso agora. Mas que continuamos achando tudo que ele faz genial, como qualquer pai e qualquer mãe, isso sim!