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A torneira da escola


26/abr/2023 | Anielle Casagrande |

Foi no segundo dia da adaptação escolar que o bebê percebeu rapidamente que tinha uma torneira fácil de abrir no jardim da escola, ao lado da entrada. Ele nem pensou duas vezes. Fez o que está acostumado em casa e arrancou toda roupa, abriu a torneira e ficou correndo pra lá e pra cá. Curiosamente, as outras crianças ficaram olhando, mas ninguém entrou na brincadeira. Pensando bem, foi melhor assim. 

Logo ele estava encharcado, assim como o piso da escola, a terra do jardim, o portão e a cerca, os brinquedos de madeira, as roupas no chão, a fralda e até as professoras que estavam por perto. O bebê conseguiu fazer uma bagunça em poucos minutos e deixou todo mundo de cabelo em pé. Eu demorei pra perceber o tamanho da zona… só fui perceber quando vi a diretora, as cozinheiras, o guarda e alguns pais, todos olhando a cena. Bem nessa hora ele arrancou a fralda e ficou pelado. A pobre da mãe não tinha onde enfiar a cara! 

Feliz do bebê que cresceu brincando com água no jardim de casa nos dias de verão. Feliz do bebê que viu uma torneira a seu alcance no segundo dia de escola e pôde fazer toda essa bagunça por alguns minutos. Feliz do bebê que é livre para se expressar. Feliz do bebê que escutou de forma calma e paciente que a brincadeira estava muito divertida mas também estava fazendo muita bagunça e gastando muita água!

Claro que no dia seguinte a torneira estava escondida atrás de uma mangueira (e espero que troquem por uma torneira mais dura de abrir). Mas mesmo assim, tenho certeza que terem deixado ele se expressar nos primeiros dias foi importante para ele ver a escola como um lugar onde ele pode ser livre e ser ele mesmo. Mesmo que isso signifique um bebê pelado correndo molhado pelo jardim na frente de todo mundo!


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