O sol é para Todos: leitura obrigatória

Dede que comecei a escrever sobre livros e filmes, tenho em mente uma frase que meu marido me disse dois anos atrás. Ninguém quer ler resumo e ninguém quer ler spoiler (quando alguém conta mais do que deveria, como por exemplo uma parte importante da história ou seu fim). Então é assim que tenho feito, contando uma visão mais pessoal mesmo. Com o livro de hoje, O Sol é para Todos, não vai ser diferente, até que porque aborda um assunto debatido diariamente aqui em casa: o preconceito (aproveitando para contar que inaugurei com este post a tag #desigualdade).

Quando morei na Alemanha ouvi os estadunidenses falando muito sobre este livro. Lendo no Google percebi que não era pra menos: o livro é muito famoso não só por lá, mas sim em todo o mundo. Um livro tão aclamado pela crítica e eu nunca tinha ouvido falar. Estes dias estava andando na livraria quando o vi e decidi comprar. Este livro é grande, mas não como os demais que indiquei antes por aqui: ele é ainda maior, porque são 350 páginas de um livro comum, e não pocket. E eu li em dez dias! Diferente por exemplo de Lolita, que tem trechos arrastados e monótonos, ele me prendeu e me envolveu. É o tipo de livro que faz você se sentir bem vindo, amigo das personagens e torcendo junto com elas. Resumindo, não tem como desgrudar deste livro! Ainda bem!

Para minha sorte consegui ler boa parte sem ter lido nenhum resumo sequer. Isto deixou tudo mais interessante, porque não fiquei esperando algo acontecer. Simplesmente fui lendo e gostando de tudo a seu tempo, sem saber qual a temática principal que me aguardava. Posso dizer seguramente que virou um de meus livros favoritos e faz todo sentido para mim que seja considerado uma leitura obrigatória no mundo todo. Resumindo bem, o livro trata do preconceito do ponto de vista de uma criança. O que torna o livro maravilhoso na minha opinião é o pai desta criança, Atticus Finch, que tem atitudes incríveis! Admito que vibrei a cada vez que li seu nome em uma frase. Apesar de geralmente ser retratado como um homem já velho e cansado, este advogado é um exemplo de sabedoria e inteligência.

Gosto da forma como ele pune os filhos e raramente passa a mão em suas cabeças. Ele não tem pena de falar o que deve ser dito ou castigá-los, mas sempre dialogando e explicando porque faz aquilo. Os filhos acabam sendo totalmente fiéis e defensores deste pai, já que ele além de muito justo acaba sendo transparente com eles. A vontade que temos é de abraçá-lo a cada página.

Quanto mais observo no meu próprio dia-a-dia, mais tenho certeza de que todos os tipos de preconceito são hereditários. Acho que temos a obrigação de mudar isso de alguma forma, especialmente quando chegar nossa vez de educar nossos filhos. Outra forma é manter vivos diálogos e reflexões sobre o assunto. Sem mais explicações, recomendo que todos leiam este livro, e leiam o mais rápido possível para poder me escrever contando o que acharam! Duvido que alguém se arrependa desta fantástica leitura!

“À medida que você crescer, você vai ver homens brancos sacaneando homens negros todos os dias de sua vida, mas deixe-me dizer uma coisa e nunca se esqueça disso: sempre que um branco faz isto com um negro, não importa quem ele seja, quão rico ele seja, ou quão boa seja sua família, ele é um lixo.”

O Sol é para Todos
To Kill a Mockingbird
Harper Lee
364 páginas
Editora José Olympio