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Amamentar até quando?


25/maio/2022 | Anielle Casagrande | #

Lembro quando uma amiga, mãe de dois, desmamou as crianças antes dos dois anos. Pensei que isso era um ato bastante centrado nela e que os bebês ainda eram muito pequenos, sem falar que a OMS recomenda que bebês mamem até no mínimo dois anos… Pois bem. Meu filho está com 18 meses e sinto que estou chegando no meu limite. Justo eu, que sempre disse que ia amamentar até quando ELE quisesse, mesmo que isso durasse ainda muitos anos. E também justo eu que comprei até um moletom escrito “resistetência”, que significa justamente isso, a minha força e resistência para manter a amamentação além dos 6 meses.

Nossa jornada de amamentação foi muito bonita até aqui. Nos primeiros dias foi um inferno e envolveu muito sangue, feridas, dor e desespero. Com ajuda da consultora de amamentação passamos por isso. Depois veio a hiperlactação, que também deu trabalho por uns 2 meses até eu me adaptar, e que tenho até hoje. E aqui estamos, já há 16 meses de amamentação em livre demanda sem nenhuma intercorrência. Só alegria. Pelo menos era o que eu pensava, até as últimas semanas.

Faz mais ou menos um mês que amamentar virou um momento muito tenso para mim, mas sigo em frente pensando no melhor para o bebê. Ele me machuca, ele morde, belisca, arranha, dá cotoveladas e chutes no meu rosto e eu sigo amamentando, afinal ele é apenas um bebê, e um bebê que ama mamar. Tem dias que amamento quase chorando de dor, de tanto que ele me fere. Tem dias que fico fugindo dos momentos em família no sofá porque sei que ele vai me ferir de novo e de novo. A amamentação começou a virar um tormento. Sinto que está me deixando em constante estado de alerta e os momentos em que ele mama no meu colo, deitadinho, são cada vez mais raros e até inexistentes.

Espero que eu consiga conversar e negociar com ele para que ele pare de ferir a mamãe. Espero que ele entenda que mamar agora só se for deitado no colo. Espero também que eu consiga balancear o bem-estar de nós dois nessa equação: não adianta nada ele estar super feliz e eu super triste. Enfim, espero achar uma saída para voltar a gostar de amamentar, que sempre foi algo tão especial para nós. 

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