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“Ele não para?”


05/dez/2023 | Anielle Casagrande |

Hoje minha avó esteve aqui em casa e observou como o Nicolas simplesmente não para quieto um minuto. Ou seria um segundo? Ele ficou o tempo todo inventando brincadeiras, correndo pela casa pelado, brincando de slime, comendo maçã enquanto brincava de caverna atrás do sofá, sendo super-herói, procurando mosquito pra matar e mais um milhão de coisas. Tudo correndo, juro pra você. O almoço foi uma maçã entre uma correria e outra. Deixo a tv e o iPad ligados o dia todo na esperança que ele sente um pouco, mas nunca funciona por mais de alguns minutos.

Realmente, ele não para. E não sou mais eu sozinha que estou dizendo: ele tem um terapeuta ocupacional que avaliou que ele é tão inquieto que isso interfere na sua vida. Ele não consegue, por exemplo, parar para comer. Muito menos andar no mercado ou no shopping. Sequer consegue visitar alguém por mais de uma hora sem ficar entediado pedindo pra ir pra outro lugar. Isso depois de dar 50 voltas na casa (sim, última vez que fomos na minha avó ou contei, porque meu marido teve que correr atrás em cada uma delas enquanto eu assistia sua alma saindo do corpo). 

Lembro quando ele era bem bebê, com 6 meses, e seu hobby era ficar de pé na cozinha e tirar tudo de dentro dos armários. Quando íamos na minha vó, ele fazia a mesma coisa. Ela dizia assim: “Meu Deus, ele não te dá um minuto”. Enquanto os outros bebês de 6 meses estavam andando de carrinho e aprendendo a sentar, ele já engatinhava pela casa toda e fazia a maior bagunça possível, em pé. Nunca parou quieto o suficiente para ficar num carrinho de bebê. Aprendeu a andar com 11 meses e já saiu logo correndo. 

Mesmo assim, entendemos que ele tem essa necessidade do movimento para regulação sensorial. Ele precisa de movimento. Ao mesmo tempo, ele é uma criança muito inteligente, criativa e sociável. Hoje ele conseguiu deixar todo mundo morto de cansado após um banho de mangueira, mas também muito sorridente: “Como é gostoso ver ele crescer e poder fazer parte disto”.

(A título de curiosidade, tem um destaque no meu Instagram sobre síndrome do processamento sensorial)


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