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Meu inverno em Portugal


01/maio/2015 | Anielle Casagrande | #

Minha modelo de sempre (minha mãe) na torre de Lisboa

Minha modelo de sempre (minha mãe) na torre de Lisboa

Um ano atrás eu estava aqui me derretendo pela Grécia, onde passei maravilhosos quinze dias. Hoje voltei aqui para escrever sobre um lugar que me encantou, mas desta vez é Portugal, um lugar tão receptivo e repleto de diferentes aromas e cores! Eu achava que esta viagem seria “muito normal” para nós que somos brasileiros. Que bobagem! Fiz uma viagem curtinha de uma semana passando por Porto e Lisboa e mal posso esperar para conhecer o resto do país. Voltei realmente apaixonada por Portugal e vou lembrar para sempre com muito carinho dos ensolarados dias que passei lá, inclusive o dia do meu aniversário em uma casa de Fado!

Viajamos em janeiro, no auge do inverno. Na Alemanha estava temperatura negativa e nevando muito, mal dava vontade de sair de casa pra ir no mercado. Já em Portugal estava na faixa de 10-15 graus, lembrando muito Curitiba no inverno. Geralmente viajo neste período e adorei fugir do frio um pouquinho. O engraçado é que me animei com a ilusão de um lugar menos frio e viajei com pouca roupa, então acabei comprando algumas peças lá. Então se for viajar no inverno lembre de levar toucas, cachecóis e blusas de lã. É menos frio que outros lugares, mas ainda sim é frio.

“Numa casa portuguesa fica bem, pão e vinho sobre a mesa.
E se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente. (…)
No conforto pobrezinho do meu lar, há fartura de carinho.
E a cortina da janela é o luar, mais o sol que bate nela.
Basta pouco, poucochinho pra alegrar uma existência singela.
É só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho a fumegar na tigela.”

Acho que a tradicional música Casa Portuguesa traduz tudo que senti em Portugal.

A primeira coisa que percebemos já no aeroporto e no hotel no primeiro dia, foi a simpatia com que fomos tratadas, além da alegria de entenderem nosso idioma (beijos pra Alemanha!). O motorista do nosso transfer nos deixou na porta do hotel, mesmo me cobrando apenas o trajeto do aeroporto até o centro de Porto. A recepcionista do hotel nos deu dicas de lugares que ela mesma gostava de frequentar e ainda nos ensinou como ter uma vista diferente da cidade sem pagar nada. No nosso segundo dia entramos num ônibus errado. Além de nos explicar sobre as rotas de ônibus o motorista ainda nos deixou no ponto certo. Nos dias seguintes e em Lisboa sentimos a mesma coisa. Resumindo, ficamos encantadas com a educação dos portugueses. Esperávamos que eles fossem um pouco ríspidos por sermos brasileiras ou pelo menos que fossem reservados com estranhos… que nada. Percebam que esta é uma percepção pessoal e visitei apenas duas cidades, mas não pude deixar de comentar isso com vocês.

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Porto

Eu no Castelo em Lisboa!

Eu no Castelo em Lisboa!

 

Confira todas as fotos no meu flickr

Sobre ser brasileiro

A minha maior descoberta em Portugal foi comigo mesma (estou poética hoje. brincadeira). Sou descendente de portugueses e mesmo que não fosse, seria impossível não se emocionar com alguns momentos no país. As casinhas coloridas, as caminhadas à beira dos rios e do mar, as gaivotas por todo lado (até no centro, lá estavam elas fazendo aquele cri cri cri), o vinho do Porto, as casinhas de pescadores, visitar os museus e monumentos da navegação. Tudo isso é muito emocionante, coisa que nunca achei que eu diria sobre Portugal. O que mais admiro nesta história toda (ignorando obviamente a parte polêmica da colonização, como bem lembrou meu marido) é ver como o povo português é ousado. Enquanto o resto do planeta estava começando a engatinhar em termos de globalização, os portugueses já tinham diversos produtos importados em suas terras. Por muito tempo foi o país mais rico da Europa e berço de diversas figuras importantes, tudo devido a sua ousadia e receptividade.

Talvez devido a este histórico tão aberto ao “novo” que Portugal seja um lugar tão acolhedor até hoje?

A Crise

Não posso negar que percebemos como a crise está afetando o país. O desemprego por lá está na faixa de 14% no índice oficial e calcula-se que seja 25% na realidade. Havia muitas casas totalmente abandonadas, com forros caindo e portas arrombadas. O comentário é que os jovens estão deixando o país para estudar e trabalhar. Porém, em meio a tudo isso, vimos também pessoas distribuindo sopa para os moradores de rua. Além disso, todos trabalhadores que nos atenderam foram muito dedicados. Como turista, isso é tudo que presenciamos sobre a crise em Portugal.

Curitiba ou Lisboa?

Curitiba ou Lisboa?

Confira todas as fotos no meu flickr

Dizendo tchau para Portugal

Portugal, lugar lindo, ensolarado, acolhedor e cheio de histórias. Com suas ruas ora amplas ora estreitas, suas casas ora bem cuidadas ora totalmente abandonadas, suas paisagens ora com rio ora com mar ao fundo, me deixou emocionada e repleta de boas lembranças. A cada dia tivemos mais sorrisos e histórias, mas também maior o aperto no coração por estar chegando o dia de deixar o país. Que viagem perfeita! Se você estiver pensando em incluir Portugal em seu roteiro, inclua já. O único problema é lidar com a saudade, mas sobre isso, basta ouvir um pouco de fado!

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Porto

No Castelo de São Jorge, Lisboa

No Castelo de São Jorge, Lisboa

Lisboa

Lisboa

Porto

Porto

Bairro Alto de Lisboa, olha o bondinho!

Bairro Alto de Lisboa, olha o bondinho!

No Castelo de São Jorge, Lisboa

No Castelo de São Jorge, Lisboa

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