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Minha maior lição no Tennis


23/maio/2014 | Anielle Casagrande | #

tennis-dm-curitiba

Jogo Tennis com meu pai nos sábados às oito da manhã. Na quadra ao lado da nossa, joga um pai com seu filho também. Nosso professor é um querido, muito atencioso e profissional. Nunca se irritou ou tirou sarro ou sei lá o que dos nossos erros, pelo contrário, ele está sempre com o mesmo sorriso no rosto a qualquer hora do dia.

Eu estava jogando há uns meses quando senti muita dor na mão direita e decidi parar de jogar. O professor me incentivou a trocar de mão e jogar como canhota. Ele também avisou que isso seria um super desafio para mim. A única adaptação necessária é inverter a mão em todos os golpes. Ou seja, para a bola que vem na direita deve-se rebater com a raquete nas duas mãos. Para a esquerda deve-se rebater com a raquete na mão esquerda sozinha! A mão esquerda não é forte como a outra, então o trabalho é árduo e demora para funcionar. Mesmo assim tenho jogado como canhota há uns meses e terei vantagem sempre contra quem jogar comigo: um tenista canhoto pode confundir qualquer um. Além da bola vir “ao contrário”, nunca se sabe como ela virá e é sempre uma surpresa!

Foi na semana passada que tive minha maior lição no Tennis. Com essa fatalidade de ter que reaprender a jogar com a mão esquerda, eu comecei a ficar triste com meus erros. Foi inevitável, já que eu estava jogando muito bem com a direita apesar de sentir dores terríveis. A adaptação é demorada e difícil: mesmo após meses meus golpes voltaram ao nível de iniciante.

Comecei a ficar frustada e indignada com cada erro. Ele já tinha me avisado que reaprender com a esquerda seria difícil, mas eu achava que eu conseguiria pelo menos rebater as bolas e fazê-las passar da rede. Não foi o que aconteceu. A cada erro, uma decepção enorme e muito desânimo. Eu ficava olhando as bolas na rede e sentindo que havia feito um erro trocando de mão. Mas não havia outra opção!

– Pare de olhar as bolas que passaram. Olhe para as próximas. – ele disse.
– Estou olhando as próximas.
– Você pode até estar olhando, mas sua concentração continua nas bolas que passaram. Você precisa esquecer as bolas erradas e se concentrar nas próximas!

Puxa, que lição. De início fiquei pensando que isso mais parece o ditado de não chorar pelo leite derramado. Mas o legal foi sentir o recado na pele. Eu preciso admitir que ele tinha razão. A cada bola errada eu ia ficando mais e mais triste e desanimada, sem conseguir pensar em outra coisa. Quando consegui parar de me concentrar nas bolas na rede e perceber que mesmo os profissionais erram as vezes, o Tennis e a vida ficaram mais fáceis.

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