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Aprendizados de 2016


11/fev/2016 | Anielle Casagrande | #

aprendizados-2016

Chega a ser ridículo, mas preciso admitir que eu praticamente não sabia dirigir até 2016. Acontece que eu tirei carteira faz muitos anos mas nunca havia dirigido. Neste ano, porém, resolvi parar de achar problemas e tomei vergonha na cara. Eu adorava dizer que não gostava de trocar marchas, até perceber que bem, todo mundo troca, gostando ou não. Eu queria um carro automático, mas isso foi só até perceber que se todo mundo pode dirigir um carro com câmbio manual, por que eu não poderia?

Peguei o feriado para aprender a dirigir. Nas primeiras vezes claro que fiquei tensa, mas já no terceiro dia estava tranquila e sem medo. As marchas não são mesmo um bicho de sete cabeças. Passei a vê-las como meu pai me disse, algo normal, trocar marcha faz parte.

O terceiro lugar que fui dirigindo foi a casa da minha avó. Esta é a parte realmente importante neste texto. Minha vó foi comprar um carro e tirar carteira de motorista já idosa, quatorze anos atrás, e nunca trocou de carro. Se pra mim foi difícil, imaginem para ela. E ela fez tudo isso praticamente sozinha, já viúva. Ela sempre fala com muito orgulho desta história, porque depois de aprender a dirigir ela começou a ir onde quisesse na hora que quisesse.

Minha avó com toda sua idade e história e vida ficou me dando dicas sobre o carro, como estacionar, como ajeitar os espelhos e qual calçado usar. Cheguei a me sentir patética por ter tido tanto medo por todos esses anos, já tendo um carro na garagem e tantas pessoas dispostas a me ajudar. Pouco antes de sair, perguntei como andavam suas práticas no celular novo.

Acontece que eu e minha mãe demos um smartphone para ela de natal, que ela demorou para mexer, porque era um grande mistério para ela. Conceitos simples para nós, como baixar ou instalar, pra ela são totalmente novidade. Ela disse que estava mexendo pouco, porque tinha medo de fazer algo errado, mas também estava adorando o ZapZap. A coisa mais urgente para ela era mudar a foto no ZapZap, ela queria que todos vissem sua foto perto de umas flores vermelhas!

Vejam bem como se invertem as funções. Ela me dando dicas sobre o carro e eu dando dicas sobre o celular. Eu com meus 28 anos e ela com seus 74, morrendo de medo e trocando dicas sobre aprendizados diferentes, mas praticamente da mesma forma:

“No começo é complicado, você não sabe direito o que está fazendo e se vai dar tudo certo, mas tem que praticar… O mais importante é lembrar que se algo der errado é só apertar o botão no meio, que é tipo um freio de mão do celular, e ele vai voltar pra tela inicial. Sabendo isso, pode mexer sem medo. E lembre de mexer todo dia, nem que seja só um pouquinho!”

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