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Livro: Clube da Luta


02/abr/2014 | Anielle Casagrande | #

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“Eu adorava os grupos de apoio porque, se as pessoas achassem que você ia morrer, davam-lhe toda a atenção. Se fossem vê-lo pela última vez, elas realmente o viam.”

“Você compra móveis. E pensa, este é o último sofá que vou comprar na vida. Compra o sofá e por um par de anos fica satisfeito porque, aconteça o que acontecer, ao menos tem o seu sofá. Depois precisa de um bom aparelho de jantar. E de tapetes. Então cai prisioneiro de seu adorável ninho, e as coisas que antes lhe pertenciam passam a possuir você”

Levei muita sorte com este livro porque foi tudo novidade para mim. Para começar, eu não tinha visto o filme quando li. Outra sorte que eu tive foi de me deparar com este livro, que eu sequer sabia que existia. Apresento então: Clube da Luta, o LIVRO!

Li este livro super rápido e gostei tanto do autor que comecei a ler Sobrevivente logo em seguida. O que mais gosto nesses livros do Chuck Palahniuk é que ele definitivamente não quer agradar ninguém. Ele escreve de um jeito muito doido e envolvente, e seus personagens são geralmente malucos e fora do padrão, sempre questionando a sociedade e regras em geral. Uma palavra para definir o Clube da Luta? Frenético.

Tudo nesse livro é fantástico. Já falei sobre a narrativa e vou repetir: é incrível o jeito como Chuck conta a história. Ficamos quase sem fôlego lendo! Logo de início percebemos que o personagem principal frequenta grupos de pessoas doentes sem ser doente, o que já achei incrível. Como você se sentiria entre pessoas doentes, tendo uma saúde perfeita? Isto acaba virando um vício e alimentando sua ‘alegria de viver’, ajudando-o a lutar contra a insônia e servindo também para conhecer Marla, personagem feminina que também conduz a história.

Daí em diante surgem os questionamentos sobre a vida. O personagem, que tinha uma vidinha inútil e cujo único prazer era mobiliar seu apartamento, conhece Tyler Durden, um homem impulsivo e violento que quer viver intensamente cada dia. Assim descobre que é com lutas que pode expor seu lado mais animal e instintivo, voltando a sentir-se vivo. Os questionamentos deste livro são fenomenais e podem incomodar um pouco. Se eu recomendo este livro? Com certeza, afinal está entre meus favoritos. É o tipo de livro que você não consegue largar enquanto não acabar. Ele vai mexer com você com certeza!

Depois de ler o livro eu decidi ver o filme e gostei muito (vi este ano, um pouco atrasada, eu sei). Existem algumas cenas bem diferentes do livro mas não vi problema nisto, como por exemplo o final. Acho que o filme conseguiu transmitir bem a mensagem e o clima do livro.


“Que droga, uma geração inteira enchendo tanques de gasolina, servindo mesas, ou escravos do colarinho branco. Os anúncios nos fazem comprar carros e roupas, trabalhar em empregos que odiamos para comprar as porcarias que não precisamos. Somos uma geração sem peso na história, cara. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Grande Guerra. Nem uma Grande Depressão. Nossa Grande Guerra é a guerra espiritual… nossa Grande Depressão é nossas vidas. Todos nós fomos criados vendo televisão para acreditar que um dia seríamos milionários e deuses do cinema e estrelas do rock. Mas nós não somos. Aos poucos vamos tomando consciência disso. E estamos muito, muito revoltados.”

Clube da Luta

Leya Brasil
272 páginas

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